25 de fev. de 2015

Aborto: de quem é a culpa?

Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.” Salmos 139:13-14.



Hoje em dia podemos afirmar que um dos maiores tabus da sociedade é o aborto. Acredito que seja assim devido a falta de diálogo sobre o tema, pois toda vez que alguém resolve debater o assunto, logo é taxado de bandido. Eu, particularmente, não sou a favor, e para ser sincero, duvido que os defensores da descriminalização o sejam. O que há é desinformação e preconceito.

Dessa forma, vamos refletir juntos: levando em consideração que o aborto é crime no Brasil, a não ser em casos muito específicos, a mulher que o comete é uma contraventora e pode cumprir pena. No entanto, essa lei é machista e desumana, afinal de contas nenhuma mulher acorda pela manhã pensando no quanto o dia está belo para abortar um bebê, assim como se fosse na padaria comprar pães. Partindo desse pressuposto, o que leva uma mulher a ter a extrema atitude de abortar?

Conforme o IAG, Instituto Alan Guttmacher, entidade americana que estuda o aborto no mundo inteiro, no Brasil em torno 1 milhão de mulheres realizam esse procedimento todos os anos, sendo elas de todas as classes sociais, raças e religiões. O que as diferencia é o ter ou não dinheiro para a cirurgia, pois existem no meio clandestino clínicas arrojadas e outras que mais parecem açougues, porém as motivações sempre se repetem.

E por falar em motivações, não há um estudo específico que diga estatisticamente o que encoraja a mulher a praticar o aborto, mas tratando-se de Brasil, que encara o tema com um olhar machista, criminalizando a prática ao em vez de tratar como um mal de saúde pública, fica claro a isenção que as leis dão ao papel do homem na gestação de um bebê. A grande prejudicada em todos os sentidos é a mulher, pois o aborto em si gera cicatrizes físicas e na alma, no entanto, o caminho percorrido até chegar a conclusão de que tirar o bebê é o melhor a ser feito é de muito sofrimento psicológico e até físico.

Duvido que uma mulher ao se sentir segura, acolhida, que perceba o quanto aquela criança será bem vinda, mesmo que não planejada, resolva tirá-la. Considero a gravidez um ato conjunto. Por mais que a mãe seja a guardiã do desenvolvimento dessa nova vida em seu ventre, o pai possui as mesmas responsabilidades do que ela, afinal de contas, nenhum bebê é feito por acaso, exceto é claro em casos de abusos, mas que neste momento não é o ponto do nosso raciocínio aqui. 

Em muitas espécies animais, enquanto a fêmea choca seus ovos ou se resguarda até dar a luz aos filhotes, o macho a protege de todas as formas possíveis. O homem de verdade deve cuidar da mulher e do seu filho que está se desenvolvendo até nascer dessa mesma forma. Aquele que foge dessa responsabilidade não se passa de um bundão, e se o aborto é crime, este deve ser punido.

Não sou pesquisador do assunto, sei que existem outras tantas razões que levam ao aborto, porém, o abandono da família, do homem e do governo, com certeza são os grandes estopins para esse radicalismo. Como se diz por ai: “fazer é fácil, quero ver criar.”

A mentalidade de muitos homens não será mudada da noite para o dia, todavia, as leis que tratam do assunto deveriam sim ser revistas, e não digo isso com o intuito de descriminalizar ou legalizar o aborto, mas sim para que o assunto ganhe as proporções que lhes são devidas. Quem aborta, de uma forma ou outra está doente, seja de alma ou físico. Este é um problema de saúde, e é assim que ele merece ser tratado.

Cabe a nós, crentes em Jesus Cristo, também nos compadecer das mulheres que passam por isso, afinal elas gritam por socorro e só recebem desprezo. Tenho certeza que Cristo as acolheria e lhes traria uma nova perspectiva, de esperança.  Que possamos no mínimo orar por essas mulheres, pedindo a Deus misericórdia por suas vidas e de seus bebês, pois a justiça que tarda na terra, em Deus é pontual.

Que Deus ilumine nossos caminhos e nos dê compaixão, essa é minha oração no que tange a esse assunto!


- Mateus



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