8 de nov. de 2017

A morte não é o fim do mundo!

por Mateus G. Cesimbra





O nascimento é um evento social, comemorado e festejado na maioria dos casos. Nascer é o ponta pé inicial de uma vida baseada nos moldes culturais da nossa civilização. A partir daí o indivíduo vai crescendo e se encaixando na sociedade que o cerca: aniversários, estudo, casamento, emprego, família... tudo é vivido e encarado naturalmente, até que surge o grande tabu dos mortais, a morte.

Assim como nascer, estudar, trabalhar e formar uma família, morrer também é um item pontual no manual de instruções do ser humano, entretanto, sabe-se lá o porquê, a programação para este parâmetro parece ter sido desenvolvido com um erro crônico. Não sabemos lidar com a morte, nem a dos outros, nem a nossa.

Obviamente, é compreensível que a perda de alguém próximo mexa com as emoções. Saber que aquela pessoa que até então estava ali acessível não estará mais, pode parecer assustador. Por outro lado, a única certeza que a vida dá é a morte. Somos criados sobre a influência de diversos aspectos sociais que devem nortear a vida, porém, assim como tantos outros temas, a morte é negligenciada e posicionada como um grande tabu.

Esse tabu precisa ser rompido. Não estou dizendo que a tristeza e as saudades devem ser negadas, mas sim que o luto não pode ser o possuidor do resto das nossas vidas. Compreender que a morte de alguém é apenas uma etapa que todos nós enfrentaremos, e que apesar da ausência física, a presença na memória daqueles que fizeram parte da vida de quem se foi o manterá vivo de certa forma, facilita na cura da perda. Tudo é questão de assimilar, desconstruir paradigmas e encarar o ciclo da vida como um todo, independente de religião ou filosofia.

O outro lado da moeda trata da morte que bate em nossa porta. Uma coisa é o luto em relação a quem amamos e parti, outra coisa é compreender que nós também partiremos. Quem está preparado para morrer?

A maior parte das pessoas evitam esse pensamento, pois aprendemos que falar em morte é errado. Ora, não necessariamente quem toca neste assunto está pretendendo morrer logo, entretanto, compreende que é inevitável fugir dela. A gente se planeja para estudar, ter um bom emprego, tirar férias e assim por diante, mas evitamos planejar o encerramento do ciclo. Uma morte planejada, não no sentido de marcar hora e data de morrer, mas sim de colocar as coisas no seu devido lugar, facilita a vida de quem fica por aqui. Além do mais, muitas pessoas se vão e os seus desejos de partida não são lembrados, isso porque nunca foram expressos, como por exemplo, a doação de órgãos ou a divisão de bens.

Lembram da Dercy Gonçalves? Ela planejou a sua morte, mandou construir sua sepultura lá em Santa Maria Madalena-RJ, sua cidade natal, e ainda assim viveu centenariamente. O fato de você ter comprado o seu lote no cemitério não significa intenção de morar lá tão cedo, talvez por isso a Dercy tenha vivido tanto, pois tenho a impressão de que quanto mais este assunto é bem resolvido em nossa existência, mais ela se estende.

A morte não é ir na padaria comprar pão, mas também não é o fim do mundo. Enquanto alguns partem e a gente fica, necessariamente é preciso seguir o barco. Podemos aprender com o luto, não somente em relação as nossas emoções, mas também em relação a chegada da nossa hora, fazendo com que ela se torne menos dolorosa para os que aqui ficarem, pois isso também é uma prova de amor e cuidado. Desmistificar o assunto é um ato de sabedoria e sobriedade, não há porque fugir dele. Morrer será tão natural quanto viver!



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19 de set. de 2017

BORA AMAR!?



Estamos vivendo, sem sombra de dúvidas, o pior momento do século XXI até hoje. O mais assustador é que de acordo com a evolução dos anos, a humanidade regressa à épocas sombrias do passado. As pessoas estão ressuscitando cadáveres de estimação, que até então, eram muito bem escondidos dentro de caixões morais. Os caixões estão se abrindo e o mundo se tornando um "Game of Thrones" fora da ficção. 

- O que podemos esperar daqui para frente? 

Essa pergunta eu me faço acontecimento após acontecimento, mas está difícil de responder. Não sei o que esperar dessa humanidade que está à beira de um colapso de intolerância. Não sei o que esperar dessas pessoas que creditam a si mesmas a única e exclusiva verdade sobre qualquer fato novo ou velho. Não sei o que pode vir dessa gente que odeia de graça, que xinga de graça, que maltrata de graça, que apedreja qualquer outro diferente com seus julgamentos diabólicos. Viver tá foda!

Aliás, viver não é tarefa fácil depois que se adquire algum punhado de caráter. Qualquer um que tenha o mínimo de bom senso está de saco cheio disso tudo. Nossa sociedade adoeceu, e o pior, o único antídoto depende dessa mesma sociedade. O ódio só pode ser curado com amor. Se a gente se render ao que está aí, tudo se perde, o abismo se abre e a gente morre.

Talvez pareça utópico demais falar de amor em tempos de Donald Trump e Kim Jong Un. Quem sabe pareça besteira dizer que é preciso amar ao próximo enquanto querem estipular cura gay e quebram tudo em um terreiro de religião afro em nome uma fé idiotizada e distante do mandamento maior. Realmente, amar enquanto malas de dinheiro roubado dos que mais precisam circulam de partido em partido não é nada fácil. Viver tá foda. Amar é foda!

Afinal, temos uma saída. O caminho é estreito, desconfortável, contra o vento. Tem que ter disposição para caminhar e calejar os pés. Tem que ter estômago para engolir sapos e perdoar os chatos. É preciso de força para quebrar os muros cinzas e braços para abraçar. Teremos que trazer doses extras de paciência e compreensão. Nossas armas serão nossas atitudes. Conjugar o verbo no chão da vida, esse é o desafio: bora amar!?

É a única saída.


_Mateus


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25 de nov. de 2016

E a felicidade, hein?




"Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora..."


Para alguns ela nem se quer existe, portanto, ao contrário do que dizia Lupicínio, nem mesmo embora ela poderia ir. Para outros ela existe sim, mas longe, distante da dura realidade que seus olhos vêem. E há aqueles que são convictamente felizes, cuja a vida é boa mesmo sem ser. Afinal de contas, e a felicidade, hein?

Não acho a felicidade algo tão distante de ser alcançada, porém, como quase tudo na vida, tem seu preço. Sim! Ela tem um valor a ser pago, e não me refiro a dinheiro, até porque sou adepto de clichês, e para mim dinheiro não compra a felicidade, mas o nosso tempo sim. Quanto você está disposto a pagar por ela?

Felicidade é coisa difícil, é romântica, gosta de atenção e é bastante sensível. Ela é carente. Ela não se deleita em braços qualquer. Ela quer ser apreciada sem moderações ou regras. Vai encarar? 

Pois é, talvez por isso, muitos a afastem de si. Felicidade é uma relação de muito compromisso, compromisso consigo. Para tê-la em seus braços, é preciso sim deixar muitas coisas de lado. Quem é feliz de verdade longe de quem ama? Ou então, que felicidade há em não saber como é a vida longe dos compromissos sociais e profissionais?

Esqueci de mencionar, ela é ciumenta. Não aceita ser dividida o tempo inteiro. Não suporta sua ausência. Por muito menos ela faz as malas e vai embora, como disse Lupicínio.

Não é difícil, mas também não é fácil. Nem tão longe, nem tão perto. Acho mesmo que nos falta coragem para assumir a relação com ela. É preciso declarar abertamente, através de gestos incompreendidos pelos não corajosos, que a felicidade veio para ficar. Coragem, pois ela pode cansar, e se ela cansar de você... nem é bom pensar!

E a felicidade, hein? Ela vai bem!


- Mateus

27 de jul. de 2016

Vamos pensar sobre política?







Algumas coisas despertam o que há de mais intolerante dentro das pessoas. Política e religião, são por exemplo, assuntos que conturbam o ambiente das redes sociais, principalmente quando um está ligado ao outro, pois afinal de contas, políticos e religiosos se amam desde a era de Constantino. O casamento já aconteceu e dura séculos.

No entanto, hoje me aventurarei ao falar somente da politica. O fato é que somos seres políticos, independente da situação em que o nosso país se encontre ou se você pensa que não gosta dela. A política está e necessita estar na sociedade, o que não significa partidarismo, pois uma coisa não é necessariamente ligada a outra. Vemos a ação politica nas associações de bairro, nos conselhos escolares, nos movimentos estudantis, nas empresas e assim por diante. A politica está até na fila do banco.

Por mais que você seja relutante quanto aos assuntos ligados a política, até o seu cafezinho depende dela. Penso que o fato de não nos darmos conta da importância da política no nosso cotidiano é o que tem dado espaço para a reprodução dos maus políticos. Votamos em qualquer um, não cobramos, não estudamos a vida do candidato e, ainda por cima, nos contentamos com migalhas eleitoreiras. Politica não é só na hora da urna. 

Por outro lado, é preciso estar de olhos abertos, pois além do mais, muitos políticos, que não fazem politica, literalmente "cagam" para nós, colocando pessoas contra pessoas ao seu favor. Conseguem desconfigurar o diálogo das ideias e transformam eleitores em soldados prontos para matar ou morrer em nome dos seus interesses. Cuidado com isso. Fazer parte da politica não significa que suas ideias e a dos seus candidatos sejam as únicas a estarem corretas e que todas as outras necessitem se render a elas. Apesar de deficiente, vivemos em uma democracia, o que significa dialogar. Infelizmente, a intolerância ideológica e partidária cega muitas pessoas. 

Esse ano de 2016, com certeza entrará para as páginas da história: protestos, manobras, sujeira, golpe, impeachment, lava jato... Os motivos são muitos, no entanto, quais lições podemos tirar disso tudo? 

Em tempos onde surgem figuras como Bolsonaro, Feliciano e outros, em que milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a volta da ditadura, onde no mínimo 80% do congresso é imundo, em que o vice decorativo se torna protagonista e a crise não larga do nosso pé, no mínimo precisamos passar a pensar sobre politica. Daqui a pouco estaremos votando para prefeito e vereador, talvez essa seja a hora de nos importarmos um pouco mais com essa pauta.

Se informe, leia, pesquise... Não fique somente a mercê dos comentários "facebooqueanos". Não se deixe enrolar. Não se venda. Não crie inimizades por aquilo que deveria ser o norte do bem comum. Dialogue, fale e ouça. Isso é politica!


Mateus.


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19 de jul. de 2016

O seu Currículo é bom?





Para conseguir um bom emprego você precisa de um bom currículo. No entanto, para isso, terá que correr atrás: estudar, bater em várias portas e gastar a sola do sapato. O mercado de trabalho é exigente e não há espaço para o comodismo, ainda mais em tempos de crise.

As agências de emprego e empresas selecionam pessoas pelo currículo, e você, que métodos utiliza para selecionar?

A pergunta não é exatamente sobre emprego, mas sim, sobre aquelas pessoas que você seleciona para relacionamentos, independente se é para amizade ou casamento. O que é preciso para você escolher alguém? O currículo importa alguma coisa?

Currículos são ferramentas importantes para o mercado, mas não para o convívio. Gente que vive a mercê do currículo dos outros ou do seu, geralmente são muito chatas. Diplomas, intercâmbios, títulos... Isso tudo pode até impressionar em um primeiro momento, claro que nem a todos, como eu, pois prefiro mesmo gente com história, riso solto e bem humorada. Ou seja, você pode ser formado em Harvard ou nem ter concluído o  primário, não fará diferença se seu caráter for formado pela beleza da simplicidade de uma alma leve.

A formação é importante para a vida. Se você deixou de estudar, volte quando puder, mas nunca, jamais faça disso a régua para medir o seu ego ou para excluir aqueles que não tiveram as oportunidades que você teve. A vida as vezes é dura para muita gente, escolhas precisam ser tomadas e o caminho nem sempre é o planejado.

É por darmos voz aos nossos preconceitos que perdemos muitas vezes a oportunidade única de ter ao nosso lado pessoas incríveis. Se quisermos mesmo construir relações sólidas e duradouras, antes de mais nada, é preciso entender que a cumplicidade não é uma disciplina de alguma graduação, mas sim uma qualidade do coração. Pessoas não são diplomas para pendurarmos na parede. 

Dessa forma, pense para você mesmo: será que estou utilizando o método certo para os meus relacionamentos? Independente da resposta, é bom sempre refletirmos sobre isso, pois o preconceito está enraizado na nossa origem, somente com a auto-critica podemos nos corrigir e nos livrar do peso desse mal. 

Não machuque os outros e também não se machuque, pois o preconceito só serve para abrir feridas na alma de quem é vitima e também de quem é réu. 



Mateus.


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14 de jul. de 2016

Mau humor, quem não tem?



O bom humor é um adorno para qualquer pessoa. O individuo quando está de bem com a vida fica mais bonito, com o semblante leve e até rejuvenescido. Mas, na vida real, ninguém é bem humorado o tempo inteiro. Ninguém está de bem com a vida 24 horas por dia, 365 dias por ano. A questão é: o que fazemos com o nosso mau humor?

Pela lógica, o mau humor é oposto do bom humor. Se você está alegre e esbanjando boas energias, seu humor vai bem. Se você está a ponto de explodir de raiva, amargurado, sem paciência, seu humor vai mau. Os fatores que nos levam de um extremo ao outro são muitos, pois todos nós temos motivos para estar de bem ou de mau com a vida em determinados dias e circunstâncias. O grande problema é a nossa extrema chatice quando a nuvem negra resolve se instalar em cima de nossas cabeças.

Não creio que seja humanamente possível evitar o mau humor, ninguém é imune a perrengues, por mais felizes e perfeitas sejam as suas vidas. No entanto, a maior parte das pessoas do nosso convívio não são detentoras da culpa das variações de humor que nos acarretam. Se o nosso dia está péssimo, a culpa não é da moça da padaria ou do rapaz que vende frutas na rua. A menina do telemarketing que liga para oferecer TV por assinatura está apenas fazendo o trabalho dela, poderia ser você no lugar dela. Já pensou que o  mau humor pode ser uma verdadeira praga a se expandir se dermos liberdade para isso? A amargura é uma erva daninha, se espalha rapidamente e atinge quem menos esperamos.

Não podemos evitar a tempestade, mas podemos prevenir para que os seus estragos não sejam tão avassaladores. Acredito que viver a vida da melhor forma possível, ou seja, aproveitando o que há de bom, e não me refiro as coisas que envolvem dinheiro, mas aquelas que estão rodeadas de sorrisos, risadas, histórias e brincadeiras, podemos criar uma espécie de escudo contra o mau humor. Não é que ele deixará de nos atingir, porém, sua força será bem menor e logo passará. 

Mau humor, quem não tem? O fato é que está em nossas mãos o destino que daremos a ele. Dar ou não muita importância é uma escolha. Eu, se fosse você, escolheria o lado bom da força (risos). Como dizem por aí, a vida é muito curta, então cultive o bem e o que é bom. Deixe o que é mal e te faz mau pra lá de Bagdá!

Apesar de tudo, sempre teremos um bom motivo para não desistir de ser feliz...


Mateus.
11/07/16



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28 de jun. de 2016



Vejo um monte de gente falar de fé. Gritam, dizem que a defendem, fazem maracutaias em nome dela, mas na prática mesmo, pisoteiam sobre ela.

Esses, fazem da fé um mero objeto de bem feitorias para si mesmos. São capazes de qualquer coisa para chegarem onde querem chegar, inclusive distorcerem por completo a pureza do verdadeiro sentido da fé.

- Mas o que é a fé?

Não sou teólogo, padre ou pastor. No entanto, os passos que dei na vida até aqui fizeram com que eu pudesse ter a minha própria concepção sobre a fé. Posso estar errado, mas para mim, fé é a esperança, a bondade, a justiça, a inquietação da alma diante do mundo. Fé é o desejo ardente do ser de não ficar parado vendo a banda passar, porém, de fazer parte do movimento que segundo o meu caráter em Deus, não aceita o que está ai e sempre esteve.

Fé é um verbo na ação na vida. Não existe fé sem compaixão, não existe fé sem paixão pelo próximo, mas não duvide, existe fé sem religião. Deus não quer uma fé que o torne ídolo e discrimine o semelhante. Não esqueça, seja lá qual for a sua crença, Deus está nas pessoas. 

Dessa forma, com ou sem religião, fé é um combustível capaz de energizar a nossa alma para o bem. Sejamos o bem, façamos o bem e quem sabe o mundo ficará um pouco melhor.

É assim que creio!

Mateus.


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